Vivo agora um instante de grande prazer que ganhei de presente e que é fruto de um perrengue. O perrengue foi ter meu voo pro Brasil cancelado depois de passar 5 horas no aeroporto de Tel-Aviv. O presente é este momento, que estou em casa, sentada do lado de fora com uma cerveja e Moby e Bebel. Meu marido saiu com as meninas para ver um stand-up comedy que eles já haviam marcado.
Uma vez eu falei disso. Desses momentos solitários que passam a ser tão escassos quando se tem uma família. Esses momentos onde se pode escolher tudo. O que se vai beber (uma cerveja!), e o que se vai fazer (escrever!). Eles tem um gostinho muito diferente daqueles momentos solitários quando se vive só, exatamente porque são únicos. ás vezes nem sabemos o que fazer com eles de tão especiais que passam a ser.
Minha volta pro Brasil foi adiada para amanhã. Fico até junho e depois volto pra Israel onde ficarei até setembro.
Eu adoro a nossa casa nova! Fica num bairro delicioso, super silencioso, é cheio de flores lindas por todos os cantos e estamos em plena primavera! Um ventinho fresquinho bate de leve e escuto uma cigarra fazendo aquele barulinho gostos que identifico como natureza.
O perrengue que passei ontem no aeroporto me mostrou uma coisa importante. Que eu tomei a decisão certa em trocar a base da minha vida pra cá e de ter invertido a ordem das coisas. Ao invês de morar no Brasil e visitar Israel constantemente eu agora moro em Israel e visito o Brasil constantemente. A grande diferença é que quando saio de viagem pra trabalhar deixo aqui a minha e aqueles que amo em segurança. Ontem no aeroporto eu não fiquei histérica com a possibilidade de qua a troca de passagem fosse me deixar desamparada, ou Moby e Bebel ou as meninas ou meu marido. Fora o trabalho não há nada no Brasil a minha espera ou que dependa de mim. Estão todos aqui em segurança e os imprevistos da vida, como foram as chuvas de janeiro em Itaipava já não se traduzem em catastrofes pessoais. Fiquei cansada com a confusão de ontem a noite no aeroporto, mas somente isso, cansada.
Acho que esse é um dos grandes benefícios de se ter uma família, é o de se sentir amparada. Não tenho medo da velhice e nem da solidão e isso me dá uma tremenda paz e possibilita a minha vida presente.
Eu hoje me sinto tão mais feliz e tão mais equilibrada do que nos últimos anos. Não tenho mais crises e tudo pra mim faz sentido. Hoje entendo exatamente os questionamentos que tive quando ele e as meninas entraram na minha vida. Eu simplesmente nnao sabia o que fazer com eles ou o que eles de verdade representavam. Agora sei exatamente. Eu casei foi com ele e por causa dele apenas. Não resolvi ficar com ele porque me parecia a única possibilidade de ter uma família. Era isso que eu me recusava a aceitar e eu estava certa. Até realmente me apaixonar por ele e decdir que eu o queria como compnheiro pra vida toda a sensação de que eu deveria aceitá-los porque seria bom pra mim era uma idéia que eu rejeitava fortemente. Eu o fazia com razão, porque me negava a aceitar a idéia de que uma mulher só poderia se sentir completa se tivesse uma família pra cuidar. Esse esteriótipo da infelicidade e da amargura da mulher solitário era algo que eu desprezava e contnuo desprezando. Uma mulher não precisa ter marido e filhos pra sentir completa. A felicidade pode ser conquistada de vearias formas e até mesmo dois ponters marrom podem ser fruto e produto de todo amor que se necessita na vida. Cuidar de duas meninas que perderam a mãe tão cedo não é um passeio no parque, por melhor que elas sejam. Cuidar de duas meninas, sendo filhas legítimas ou não não é passeio no parque pra ninguém. E apesar de ter desde o ínicio tentado de tudo pra preencher esta lacuna na vida delas eu me perguntava constantemente porque seria meu dever assumir tal responsabilidade. E enquanto eram estes os meus questionamentos, os sentimentos que tal ato despertavam em mim eram sentimentos de caridade e de confusão. A chave de toda a mudança foi de fato ter me apaixonado por ele e de te-lo escolhido pra minha vida. Agora sei porque quero e devo cuidar delas. Elas são as filhas do homem que amo e são parte da vida dele. Agora sim, faz sentido. Um dia elas irão cuidar de suas vidas e nós permaneceremos. Foi com ele que me casei. As meminas vieram de bônus. Fazem pate do pacote que eu escolhi. Agora sim. A escolha foi minha! E estou fazendo desta escolha o melhor que posso para todos nós. Estamos todos bem!
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